Cacho Castaña

Humberto Vicente Castagna nasceu no bairro de Flores em 11 de junho de 1942. Foi o terceiro filho do casamento entre Don Antonio Castagna, comerciante de calçados italiano, e Rosa Curra. A vocação e o amor de Cacho Castaña pela música começaram na infância. Aos 6 anos começou a estudar música numa academia musical localizada na Avenida Manuel Ricardo Trelles e Avenida Gaona, no bairro das Flores, e aos 14 já era professor de piano. Começou como pianista em orquestras de tango, e na segunda metade da década de 1960 apareceu como cantor no chamado programa "omnibus" (que durou mais de seis horas ao vivo) dos “Sábados circulares”, que dedicou seu primeiro hora para novas vozes, no Canal 9.

 

Em 1972 formou o grupo Beto y los Huracanes, junto com Bingo Reyna (guitarra), com Kuky (bateria), Alfredo (guitarra rítmica), Juan (baixo), dando os primeiros passos como vocalista.

 

Como músico e autor compôs canções inesquecíveis para a memória coletiva de Buenos Aires e se permitiu mover-se confortavelmente em ritmos que vão do tango à bailanta. Seus tangos mais reconhecidos são: “Garganta con arena”, onde presta uma sincera homenagem ao “Polaco Goyeneche”; "Tita de Buenos Aires", dedicada à simpática Tita Merello; “La gata Varela” dedicada à cantora Adriana Varela; “Cacho de Buenos Aires”, e com Rubén Juarez “Que tango você tem que cantar”. E dos sucessos mais próximos do ritmo da bailanta estão: “Chamam-lhe matador”, “Querem matar o ladrão” e “A rainha da bailanta”.

 

Em 1984 publicou seu lendário tango no álbum “Mujeres…mujeres”, “Café La Humedad”, em homenagem a um bar que frequentou na juventude. No início era “Bar el Progreso” e depois passou a se chamar, em 1968, “Café Bar”. Cacho descreveu-o com vidros azuis e cortinas amareladas devido ao passar do tempo. Em entrevista ele disse: “O banheiro não tinha porta e cada vez que chovia caía quase mais água dentro do que fora”. E continua: “Além disso, quando parou de chover na rua, as gotas ainda caíam nas instalações”. Por isso o pano verde das mesas de sinuca estava sempre úmido, em homenagem ao apelido pelo qual era conhecido no bairro. Localizava-se em uma das quatro esquinas da Avenida Gaona com Boyacá, na divisa com Flores Norte. “Estava na ochava diagonal à barra Lumiton, que ainda existe”, afirmou em entrevista.

 

Além da música, outra de suas paixões era o seu clube, San Lorenzo de Almagro.

No cinema, deixou marcas, como ator e compositor musical, em inúmeros filmes como: “O mundo pertence aos jovens”, “El Cabo Tijereta”, “Os sucessos do amor”, “A carpa do amor”, “A praia do amor”, “A discoteca do amor”, “Ritmo, amor e primavera”, “Aberto dia e noite” e “Parabéns”.

 

Em 2005 recebeu o Diploma de Mérito dos Prêmios Konex de Música Popular na disciplina "Autores/Compositores de Tango" como um dos 5 melhores da década na Argentina.

 

Em 2008, junto com Valeria Lynch, compôs a canção: “Por amor a vos”, que seria a cortina musical da telecomédia Por amor a vos, do Canal 13. Esta canção ganhou o prêmio Martín Fierro de melhor canção original.

 

Em 2013 participou como júri do programa de entretenimento “Seu rosto me soa”, transmitido pelo canal Telefé. Paralelamente, dividiu a mesa do “Good Boys”, programa de televisão com Coco Basile, Guillermo Coppola e Bambino Veira, apresentado por Beto Casella no C5N.

 

Nesse mesmo ano, no dia 10 de outubro, lançou seu álbum: "Aquellos Viejos Amores", que contém, segundo Cacho, "um punhado de tangos atormentadores", entre os quais "Bajo Un Cielo de Estrellas" e "Romance de Barrio" . ", em dueto com Adriana Varela. Foi apresentado oficialmente em novembro daquele ano no Teatro Gran Rex, na Av. Corrientes 860, no bairro de San Nicolás.

 

No dia 11 de junho de 2016, dia de seu aniversário, Cacho Castaña abriu seu próprio bar-teatro “Café la Humedad”, localizado na rua Carlos Calvo 2540, no bairro de San Cristóbal.

 

No dia 28 de abril de 2017 lançou seu álbum "En Vivo en el Gran Rex", do qual participaram Adriana Varela e Palito Ortega. E a apresentação aconteceu no dia 8 de maio no próprio bar do teatro.

 

Ainda em 2017, Cacho gravou uma nova versão de “Cacho de Buenos Aires” com o grupo musical La Beriso, filmada em seu bar de teatro.

 

E no dia 6 de outubro do mesmo ano foi lançado seu álbum "Cacho y Sus Amigos: Concerto Inolvidável - Ao Vivo em Buenos Aires 2016", gravado com a orquestra sinfônica do Teatro Colón. Participaram grandes colegas e amigos: Raúl Lavié, Marcela Morelo, Alejandro Lerner, Tini Stoessel, Palito Ortega, Adriana Varela, Sandra Mihanovich, Daniel Agostini, Ariel Puchetta de Ráfaga, Gladys La Bomba Tucumana, Rocío Quiroz e Valeria Lynch.

 

No dia 15 de outubro de 2019, após uma longa luta contra uma doença pulmonar, faleceu aos 77 anos, no Sanatório Los Arcos, onde estava internado desde 28 de setembro, devido a uma pneumonia.

 

Cacho Castaña deixou um grande legado artístico que inclui: 25 discos como solista, dez edições de coletâneas de suas melhores músicas e a criação de 35 singles como compositor, cantor e compositor, além de sua carreira como ator em 12 filmes e vários programas de TV.