“Sobre Buenos Aires eu teria que dizer muitas coisas... O que é a minha vida, o que é o tango, o que é Gardel, o que é a noite. não saberia como dizê-las, mas escreva isto: sou grato por ter nascido em Buenos Aires", disse Aníbal Troilo há muito tempo.
“Pichuco”, como o chamavam, nasceu em 11 de julho de 1914, na rua Cabrera, 2.937, entre Anchorena e Laprida, no coração do bairro Norte, mas a partir dos oito anos, após a morte de seu pai, Morava em Soler 3280, entre Gallo e Agüero, bairro de Palermo.
Durante a infância, Troilo ouvia bandoneon tocando nos bares de seu bairro. Aos 10 anos, ele convenceu sua mãe a comprar para ele seu primeiro bandoneon. Com esse bandoneon Troilo tocou quase toda a vida.
Um ano depois, em 1925, aos 11 anos, Pichuco fez sua primeira apresentação, em um bar ao lado do Mercado de Abasto. Mais tarde, ela se juntou a uma orquestra feminina. E aos 14 anos já formava um quinteto.
Troilo passou por inúmeras orquestras, entre outras, as de Juan Pacho Maglio, Julio de Caro, Juan D'Arienzo, Ángel D'Agostino e Juan Carlos Cobián.
De 1953 até meados da década de 60, Troilo manteve uma atividade musical paralela à de seu duo orquestrado com o violonista Roberto Grela, que mais tarde se tornou o Quarteto Troilo-Grela. Em 1968, já afastado de Grela, formou seu próprio quarteto. Além disso, Troilo gravou duas músicas (El Motivo e Volver) em dueto de bandoneon com Ástor Piazzolla.
Entre suas composições musicou tangos inesquecíveis, como Barrio de tango, Che bandoneón, Sur, Romance de barrio, Desencuentro, La Última Curda, María, Garúa, Pa' que bailen los niños, Discepolín, entre outras obras que ele composta em conjunto com poetas como Homero Manzi, Cátulo Castillo, Enrique Cadícamo, José María Contursi.
Cantores importantes se formaram com Aníbal Troilo, integrando sua orquestra: Angel Cárdenas, Francisco Fiorentino, Alberto Marino, Edmundo Rivero, Roberto Rufino, Floreal Ruiz, Nelly Vázquez e Roberto Goyeneche, com quem construiu uma grande amizade baseada na admiração e no respeito.
A morte de seu melhor amigo, o poeta Homero Manzi, em 1951, causou-lhe uma profunda depressão que durou mais de um ano. Em sua memória compôs o tango Responso. E em 1971, em comemoração aos vinte anos da morte do poeta, Troilo inaugurou a Praça Homero Manzi.
Em 18 de maio de 1975, Pichuco faleceu. Compôs cerca de 60 obras, já clássicos da música cidadã. Seus restos mortais estão no Cemitério Chacarita. Ali encontra-se um monumento de homenagem feito em bronze que o lembra tocando bandoneon.
Outros lugares representativos da vida de Aníbal Troilo em Buenos Aires são:
O cabaré Ex Marabú, na Maipú 359, bairro San Nicolás, foi palco da estreia de Aníbal Troilo. Atualmente funciona ali o “Maracaibo”, salão de dança de tango e outros ritmos.
O “Aníbal Troilo Corner”, antigo Café Carmen: está localizado no Paraná e no Paraguai, no bairro San Nicolás. O café onde Troilo frequentava foi quase totalmente reformado; preserva um acervo de retratos de Troilo, do clube RiverPlate (do qual Pichuco era torcedor), flâmulas, troféus e desenhos, entre outros objetos.
Teatro Colón: Lá Troilo se apresentou com sua Orquestra em 1972. Antes já haviam se apresentado Florindo Sassone, Horacio Salgán com a voz de Roberto Goyeneche, Edmundo Rivero e o Sexteto Tango.
Referências:
https://www.cultura.gob.ar/anibal-troilo-yo-no-soy-musicosoy-tanguero-9023
Fotografía: https://www.bellasartes.gob.ar/coleccion/obra/11632